Preservação de fertilidade em homens com câncer

Estima-se por ano no Brasil, mais de 600 mil novos casos de câncer, dos quais quase metade em homens. Quase 13 mil casos em crianças e adolescentes até 19 anos, e ainda uma considerável parcela em adultos com menos de 40 anos de idade.

Tendo em vista os avanços no tratamento do câncer, a maior parte destes terão sobrevida longa e livre da doença, entretanto, o tratamento pode trazer riscos risco à saúde reprodutiva.

A infertilidade nesses casos pode ocorrer pela própria neoplasia, por problemas anatômicos e pós cirúrgicos, hipoandrogenismo, ou por danos diretos às células germinativas pela quimioterapia ou radioterapia.

As estratégias de preservação da fertilidade masculina incluem:

  • Escolha de esquemas quimioterápicos menos tóxicos para os testículos (quando possível)
  • Proteção dos testículos em pacientes submetidos a radioterapia da região abdominal e pélvica.
  • E como principal estratégia, a estocagem de sêmen e Criopreservação.

A Oncofertilidade é um termo que deve ser discutido e priorizado na equipe multidisciplinar que trata os pacientes com câncer.

Alguns fatos devem ser ressaltados:

  • Cânceres de testículos e linfomas de Hodgkin podem estar associadas à redução dos espermatozoides mesmo antes do tratamento
  • Alguns quimioterápicos são mais tóxicos aos testículos, como os agentes alquilantes e as platinas.
  • A toxicidade induzida pelos quimioterápicos pode ter efeito prolongado e até irreversível
  • O epitélio germinativo é muito sensível à Radioterapia
  • A coleta do sêmen para Criopreservação deve ser feita antes do tratamento seja cirurgia, quimioterápicos ou radioterapia
  • Quimioterapia e radioterapia podem causar danos permanentes ao DNA dos espermatozoides e apresentam um risco 1,2 X maior de anomalias congênitas na prole de homens que sobreviveram ao câncer